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Álcool

Bebidas alcoólicas, ou seja, contendo álcool etílico, são conhecidas há muito tempo, sendo a droga mais antiga utilizada pelos homens. Em certos padrões, seu uso por adultos é legal e aceito pela sociedade. Apresentar alterações de comportamento por consumo excessivo("porre") ou o consumo crônico é um problema social e médico freqüente no Brasil.

 

O QUE É O ALCOOLISMO?

 

O alcoolismo (etilismo) ocorre quando o uso de bebidas alcoólicas ocasiona prejuízos ao indivíduo, à sociedade ou a ambos. Ou seja, quando a pessoa apresenta problemas de saúde, de relacionamento ou com a sociedade por ficar alcoolizado. 
 

QUAIS SÃO OS PREJUÍZOS OCASIONADOS PELO ÁLCOOL?

 

O álcool afeta todas as funções do organismo.
Seus efeitos ficam mais intensos quando é usado juntamente com calmantes.
Apesar dele ocasionar uma aparente excitação é depressor do sistema nervoso central. Em pequenas quantidades pode ocasionar sensação de bem-estar, alegria, excitação, facilidade de comunicação. Em maiores quantidades aparece irritabilidade, sonolência, 

tontura, ataxia (dificuldade de caminhar), que podem ficar mais graves, com perda de consciência, anestesia, coma profundo e morte por depressão respiratória.
A pessoa que ingeriu álcool não deve trabalhar com máquinas ou dirigir, pois pode pôr em perigo a sua vida, bem como de outras pessoas. São comuns acidentes de trabalho ou de trânsito por pessoas que beberam.
A ingestão de álcool ocasiona vasodilatação (aumento do diâmetro dos vasos), perda de calor pela pele e diminuição da temperatura corporal. Uma pessoa alcoolizada não deve ser exposta ao frio (banhos frios, ficar "pegando ar fresco"), pelo contrário, deve ser aquecida com agasalhos. 

 

QUAIS OS EFEITOS DO USO PROLONGADO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS?

 

O álcool usado cronicamente produz dependência. O alcoolista diminui a produtividade no trabalho e pode mudar o seu relacionamento com amigos e familiares. 
O fígado pode ser lesado, apresentando hepatite e cirrose. O fígado funciona como se fosse uma "usina",trabalhando os alimentos e queimando as substâncias mais tóxicas que chegam no nosso organismo. A sua lesão impede esta função. O alcoolista é uma pessoa desnutrida porque se alimenta menos, além do aparelho digestivo também sofrer lesões, diminuindo a absorção de alimentos, principalmente de vitaminas. 

 

 

BEBIDAS ALCCÓLICAS DURANTE A GRAVIDEZ FAZEM MAL?

 

A mulher grávida, em qualquer fase, não deve beber álcool, assim como não deve fumar ou usar outras drogas de abuso. Pode haver prejuízos para o seguimento da gravidez e os filhos das mulheres que bebem (mesmo que seja pouco) podem apresentar variados problemas.
As crianças que nascem vivas podem ter defeitos ou apresentar síndrome de abstinência com convulsões.
Dificuldades de aprendizado e problemas psicológicos que só serão observados à medida que a criança cresce são freqüentes.

 

 

QUAL A RELAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE ÁLCOOL NO SANGUE COM AS MUDANÇAS DE COMPORTAMENTO?

 

Euforia (sensação de bem-estar)..........30mg%

Pequena incoordenação motora.......... 50mg%

Excitação, ataxia................................150mg%

Tontura, irritabilidade........................ 250mg%

Estupor.............................................. 300mg%

Anestesia.......................................... 400mg%

Coma profundo, morte.......................500mg%

 

O nível alcoólico máximo permitido para motorista é de 60mg%, que é atingido em 1 hora, quando um adulto bebe o correspondente a 1 lata de cerveja.

 

QUAL A QUANTIDADE DE ÁLCOOL NAS BEBIDAS MAIS USADAS NO BRASIL?

 

Cerveja.......................................................4%

Vinho........................................................12%

Whisky......................................................40%

Gin, Vodka e Aguardente.............................40%

 

O QUE FAZER SE ENCONTRAR UM AMIGO ALCOOLIZADO?

 

  • Leve-o para casa;

  • Não o deixe dirigir;

  • Se estiver inconsciente (desmaiado), leve-o para um pronto socorro;

  • Passe um agasalho por seu corpo para mantê-lo aquecido; é prejudicial dar banhos frios;

  • O uso do café forte não melhora a intoxicação;

  • Não existem remédios que previnam os efeitos do álcool;

  • Se estiver agitado, procure ajuda e não use remédios calmantes;

  • Se desmaiar, deite-o de lado para evitar que aspire ("sufoque"), caso vomite; se estiver consciente, deixe-o sentado ou deitado de lado.

 

Alcoolismo é doença

 

Dez por cento da população brasileira sofre com o alcoolismo. Os homens estão à frente nessa estatística com 70% dos casos, enquanto as mulheres correspondem a 30%. "O alcoolismo é a doença mental mais comum no mundo”, afirma Sérgio Nicastri, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein.

Apesar de comum e dos altos índices de adictos, ainda existe muita dúvida e preconceito em torno da doença, o que dificulta o tratamento. “Encarar o problema de frente é um desafio para o doente e para sua família. “Ainda existem pessoas que enxergam o alcoolismo como fraqueza, falta de caráter, e não como uma doença”, avalia o médico.

Esse pensamento tem a ver com a história. Apenas nos últimos trinta anos a dependência passou a ser vista como uma doença, com sintomas e sinais bem definidos. “Ela é uma condição patológica que tira a liberdade do indivíduo de optar pelo consumo ou não de bebida alcoólica”, explica o psiquiatra do Einstein.

Encarar o problema de frente é um desafio para o doente e para sua família.

Histórico familiar de alcoolismo é um fator importante. Nesse caso a pessoa herda geneticamente a predisposição à dependência e pode apresentar maiores chances de aderir ao vício de bebidas alcoólicas. Entretanto, outros fatores devem ser observados: ansiedade, angústia e insegurança também deixam as pessoas mais vulneráveis à bebida. Além disso, condições culturais, fácil acesso ao álcool e os valores que cercam seu consumo também influenciam na dependência.

Quando é dependência

A medicina trabalha com critérios claros e bem definidos para diagnosticar casos de dependência de qualquer tipo de droga. Essa inovação no diagnóstico ocorreu na década de 80 e pode ser aplicada em qualquer indivíduo. Alguns desses critérios são:

 

  • Perda de controle: desejo incontrolável de consumo.

  • Tolerância: necessidade de consumir doses maiores para obter o mesmo efeito de quando se bebia menos.

  • Síndrome de abstinência: surgimento de sintomas físicos e psíquicos quando o consumo é reduzido ou interrompido.

  • Tentativa de evitar a síndrome de abstinência: busca pela droga para não sentir os sintomas da abstinência.

  • Saliência do consumo: a droga é mais importante do que tudo o que o indivíduo valorizava.

Consumo de baixo risco

Beber é sempre um risco. Afinal, apenas uma dose de álcool no sangue já é suficiente para diminuir o estado de atenção. Por isso, fala-se em consumo de baixo risco, ou seja, ingestão de quantidades de álcool que não causam dependência.

Para os homens essa quantidade significa 14 doses por semana e não mais que quatro doses por ocasião. Já para as mulheres, 12 doses por semana e apenas duas por evento. Uma dose corresponde a 10 gramas de álcool, o equivalente a uma latinha de cerveja ou uma taça de vinho bem servida.

Vale dizer que o alcoolismo é apenas uma das doenças causadas pelo álcool. Uma pessoa pode não desenvolver dependência e ter uma série de outros problemas de saúde, como a cirrose.

 

É preciso tratar

 

Toda mudança de comportamento apresenta dificuldade;

Os primeiros passos rumo à recuperação são reconhecer-se doente e querer mudar de vida. A partir daí, o dependente deve procurar um profissional da saúde mental (psicólogo ou psiquiatra) que vai avaliar o quadro, examiná-lo e conversar com a família.

“Toda mudança de comportamento apresenta dificuldade. Por isso, o melhor tratamento é aquele que é decidido em conjunto com o paciente, o médico e a família, pois o dependente precisa de apoio de todas as pessoas que estão à sua volta”, explica o psiquiatra.

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