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CRACK

Os cachimbos improvisados e largos, geralmente feitos com tubos de PVC, facilitam a aspiração de uma grande quantidade de fumaça de uma vez só. Sem filtro e sem volta, o consumo . É assim, de forma amadora e desmedida, que ocorre o consumo do crack.

A droga, que é uma mistura de pasta-base de cocaína refinada com bicarbonato de sódio e água, nem sempre é fornecida aos usuários na composição original. Cimento, cal, querosene e até acetona podem ser acrescentadas.

Veja no final da reportagem um vídeo com o médico João Chequer explicando os efeitos do crack no corpo humano, a curto e a longo prazos.

A pedra mantém os princípios ativos da cocaína. A mistura (pasta-base, bicarbonato e água), quando aquecida, separa as substâncias líquidas (descartadas) e sólidas (a pedra de crack). Uma bomba-relógio para o organismo humano. Tudo é consumido em quase 100% pelo corpo. 

No cérebro o crack tem efeito quase imediato e basta apenas de 8 a 15 segundos para fazer efeito, enquanto a cocaína demora cerca de 15 minutos para chegar ao sistema nervoso central. Assim que chegam ao cérebro, as substâncias aspiradas agem por até 10 minutos, gerando uma diversidade de reações, como agitação, prazer, euforia e irritação. Esse tempo é suficiente para iniciar um vício.

"E a droga age de forma sistêmica. É uma doença do pulmão, da nutrição, do tubo digestivo, do coração. É generelisada. E se for associada ao álcool, você aumenta o risco de câncer, não só na boca e no pulmão. É uma complicação geral", explica o médico especialista em dependência química João Chequer.

 

Os efeitos do crack no organismo:


Neurotransmissores - O crack inibe a recaptura de neurotransmissores pelos receptores pré-sinápticos. Dopamina, noradrenalina e serotonina - que são responsáveis pelo pensamento, planejamento, controle de impulsos, sensações de prazer e poder - ficam acumuladas

Doenças neurológicas - usar crack pode resultar em uma variedade de manifestações neurológicas, incluindo: acidente vascular cerebral (AVC), dor de cabeça, tonturas, inflamações dos vasos cerebrais, atrofia cerebral e convulsões.

Dependência - O uso excessivo da droga leva á saturação dos receptores pós-sinápticos. Com isso, é necessário aumentar as doses da droga para obter os mesmos efeitos, o que levao usuário ao uso compulsivo

Vias Aéreas - A alta temperatura da fumaça do crack pode causar queimaduras nos tecidos da laringe, traqueia e brônquios, que sofrem os efeitos das substâncias tóxicas presentes na droga, como resíduos de gasolina e solventes.

Circulação - Provoca o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, podendo ocorrer isquemias e infartos agudos do coração. Há risco de arritmias cardíacas e problemas no músculo cardíaco.

Pulmões - É o principal órgão exposto ao vício do crack. Os sintomas mais comuns são: tosse, dor no peito com ou sem falta de ar, escarro com presença de sangue e piora de asma. OBS.: Pessoas com tuberculose que usam crack por vezes convivem em ambientes fechados e dividem os instrumentos de consumo. Essa prática favorece a disseminação da doença.

Aparelho Digestivo - O uso do crack prejudica a digestão e provoca sintomas como náusea, perda do apetite, flatulência, dor abdominal e diarreia.

 

Crack é uma droga ilícita, ou seja, uma substância psicoativa de ação estimulante do sistema nervoso central. O crack é um subproduto da pasta da cocaína, droga extraída por meio de processos químicos, das folhas da coca (Erythroxylum coca ), uma planta originária da  América do Sul.

 

Produção

O crack surgiu como opção para popularizar a cocaína, pelo seu baixo custo. Para a produção do crack, uma mistura de cocaína em pó (ainda não purificada) dissolvida em água e acrescida de bicarbonato de sódio (ou amônia) é aquecida. O aquecimento separa a parte sólida da liquida. Após a parte sólida secar, é cortada em forma de pedras. Por não passar pelo processo final de refinamento pelo qual passa a cocaína, o crack, possui uma grande quantidade de resíduos das substâncias utilizadas durante todo o processo. Prontas para o consumo, as pedras podem ser fumadas com a utilização de cachimbos, geralmente improvisados. Ao serem acesas, as pedras emitem um som, daí a origem do nome “crack”.

Efeitos do Crack

Os efeitos do crack são basicamente os mesmos da cocaína: sensação de poder, excitação, hiperatividade, insônia, intensa euforia e prazer. A falta de apetite comum nos usuários de cocaína é intensificada nos usuários de crack. Um dependente de crack pode perder entre 8 e 10 kg em um único mês.

Por ser inalado, os crack chega rapidamentente ao cérebro, por isso seus efeitos são sentidos quase imediatamente – em 10 a 15 segundos – no entanto, tais efeitos duram em média 5 minutos, o que leva o usuário a usar o crack muitas vezes em curtos períodos de tempo, tornando-se dependente rapidamente. Daí o grande poder de causar dependência do crack. Após tornar-se dependente, sem a droga o usuário entra em depressão e sente um grande cansaço, além de sentir a “fissura”, que é a compulsão para usar a droga, que no caso do crack é avassaladora. O uso contínuo de grandes quantidades de crack leva o usuário a tornar-se extremamente agressivo, chegando a ficar paranóico, daí a gíria “nóia”, como referência ao usuário de crack. Problemas mentais sérios, problemas respiratórios, derrames e infartos são as consequências mais comuns do uso do crack.

História

Inicialmente o crack foi disseminado nas classes mais baixas da sociedade, embora atualmente já não se restrinja somente a elas. Nos centros das grandes cidades é comum ver os moradores de rua – de todas as idades, inclusive as crianças – fazendo uso desta droga. Cabe a reflexão sobre a origem daquelas pessoas: muitos já nasceram em condições de miséria comparáveis a aquela em que estão, mas certamente muitas daquelas pessoas, hoje a margem da sociedade, tinham toda uma vida estruturada, vida essa que trocaram pelo crack.

O uso do crack e suas consequências tornam possível dizer que atualmente o crack tornou-se uma epidemia, portanto, uma questão de saúde pública.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os estudos indicam que não existe um tratamento único e ideal para o crack. Medicamentos e terapias carecem de mais evidências científicas, e o resultado final é pouco animador: só um terço dos doentes "se cura". O vácuo terapêutico é apenas mais um ponto nebuloso quando se fala da dependência química. O próprio conceito de um tratamento eficaz ainda é motivo de debates.

 

AS ETAPAS

1 – Identificação: Avaliação de riscos (suicídio, overdose), clínica, motivacional (paciente deseja parar?) e neuropsicológica

2 – Desintoxicação: pode ser em ambulatório ou hospital. Envolve uso de remédios para conter a abstinência e doenças associadas

3 – Testes de monitoramento: testes de drogas (urina e cabelo) são usados para avaliar a boa evolução do tratamento

4 – Intervenções psicossociais: ocorre com treinamento de habilidades sociais, prevenção da recaída e abordagens com a família

5 – Manutenção: adoção de diversas estratégias voltadas para a pessoa não retornar ao vício. É para toda a vida

 

ASPECTOS DA DESINTOXICAÇÃO


Síndrome de abstinência – os sintomas devem ser tratados na medida em que forem surgindo

Insônia com sedativos leves

Náuseas com anti-eméticos

Dores com analgésicos comuns

 

REGRAS BÁSICAS

- Nenhum tratamento é efetivo para todos

- A desintoxicação é só o começo do tratamento, que não precisa ser voluntário para funcionar

- O tratamento deve estar disponível por um período adequado e precisa ser constantemente reavaliado

- Medicamentos, aconselhamento e outras técnicas comportamentais são fundamentais

- As doenças associadas devem ser tratadas de forma integrada

 

Por isso, a importância em prevenir, poré, se já existir dependência, o primeiro passo é que a família nunca desista e esteja apoiando em toda a jornada.  O resultado é muito maior.

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