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Cocaína

A Erythroxylon coca é uma planta encontrada na América Central e América do Sul. Essas folhas são utilizadas, pelo povo andino, para mascar ou como componente de chás, com a função de aliviar os sintomas decorrentes das grandes altitudes. Entretanto, uma substância alcaloide que constitui cerca de 10% desta parte da planta, chamada benzoilmetilecgonina, é capaz de provocar sérios problemas de saúde e também sociais.

Na primeira fase da extração do alcaloide, as folhas são prensadas em ácido sulfúrico, querosene ou gasolina, resultando em uma pasta denominada sulfato de cocaína. Na segunda e última, utiliza-se ácido clorídrico, formando um pó branco. Assim, neste segundo caso, ela pode ser aspirada, ou dissolvida em água e depois injetada. Já a pasta é fumada em cachimbos, sendo chamada, neste caso, de crack. Há também a merla, que é a cocaína em forma de base, cujos usuários fumam-na pura ou juntamente com maconha.

Atuando no Sistema Nervoso Central, a cocaína provoca euforia, bem estar, sociabilidade. Pelo fato de que nem sempre as pessoas conseguem ter tais sensações naturalmente, e de forma intensa, uma pessoa que se permite utilizar esta substância tende a querer usar novamente, e mais uma vez, e assim sucessivamente.

O coração tende a acelerar, a pressão aumenta e a pupila se dilata. O consumo de oxigênio aumenta, mas a capacidade de captá-lo, diminui. Este fator, juntamente as com arritmias que a substância provoca, deixa o usuário pré-disposto a infartos. O uso frequente também provoca dores musculares, náuseas, calafrios e perda de apetite.

Como a cocaína tende a perder sua eficácia ao longo do tempo de uso, fato este denominado tolerância à droga, o usuário tende a utilizar progressivamente doses mais altas buscando obter, de forma incessante e cada vez mais inconsequente, os mesmos efeitos agradáveis que conseguia no início de seu uso. Dosagens muito frequentes e excessivas provocam alucinações táteis, visuais e auditivas; ansiedade, delírios, agressividade, paranoia.

Este ciclo torna-o também cada vez mais dependente, fazendo de tudo para conseguir a droga, resultando em problemas sérios não só no que tange à sua saúde, mas também em suas relações interpessoais. Afastamento da família e amigos, e até mesmo comportamentos condenáveis, como participação de furtos ou assaltos para obter a droga são comuns.

Além de provocar, em longo prazo, comprometimento dos músculos esqueléticos, existem ainda os agravantes recorrentes da forma de uso. Cocaína injetável, por exemplo, pode provocar a contaminação por doenças infecciosas, como hepatite e AIDS, e infecções locais. No caso daqueles que inalam, comprometimento do olfato, rompimento do septo nasal e complicações respiratórias, estas últimas também típicas dos fumantes, incluindo aí bronquite, tosse persistente e disfunções severas. Gestantes podem ter bebês natimortos, com malformações, ou comprometimento neurológico.

Romper com a droga é difícil, já que o indivíduo tende a se sentir deprimido, irritadiço, e com insônia. Assim, quando um usuário opta por deixá-la, deve receber bastante amparo e ser incentivado neste sentido. É necessária ajuda médica, tanto no processo de desintoxicação quanto tempos depois desta etapa.

 

*Por Mariana Araguaia
*Graduada em Biologia

 

A cocaína é um alcalóide (produto extraído das folhas de uma planta chamada Erythroxilon coca encontrada principalmente em países da América do Sul e Central). Também é conhecida como coca, pó dourado, neve ou "senhora".

A cocaína é um estimulante do Sistema Nervoso Central. Ela atinge rapidamente o cérebro, produz resposta intensa, o que a torna muito procurada como droga de abuso.

 

QUAIS OS TIPOS DE PREPARAÇÃO DE COCAÍNA?

Existem vários tipos de preparação de coca:

  • folhas de coca: podem ser mascadas ou ingeridas; são de uso cultural pelos povos do Peru, Colômbia, Equador, etc.;

  • pasta de coca: é fumada com tabaco ou maconha sendo esta mistura conhecida como BASUCO. Além da cocaína, esta preparação contém solventes como ácido sulfúrico;

  • pó de coca (cloridrato): pode ser cheirado ou injetado;

  • "crack" ou "rock" (base livre): é fumado e tem aparência de mineral. Quando aquecido faz barulhos, o que caracteriza o nome "crack".

Pode conter contaminantes cáusticos.

 

POR QUE É USADA COM FIM DE ABUSO?

Todos os efeitos produzidos pela cocaína variam em função da preparação, das doses, da forma de administração e da freqüência de uso. Se a pessoa está sozinha ou em grupos as manifestações produzidas pela droga ou sua intensidade pode diferir. Em pequenas doses ocasiona euforia, excitação e agitação. Em doses moderadas surgem sensação de competência (inteligência, capacidade de resolver problemas, autoconfiança) e habilidade. Em doses elevadas pode provocar alucinações. Após o término do efeito da dose a pessoa pode sentir-se deprimida (triste) e ficar tentada a usar outra dose para se animar.

 

QUAIS OS EFEITOS ASSOCIADOS AO USO DA COCAÍNA?

Já com doses baixas, a cocaína ocasiona alterações em todo o organismo como aumento da freqüência dos batimentos cardíacos (taquicardia) e aumento da pressão arterial (hipertensão). Com a utilização da doses moderadas podem aparecer vômitos, diarréia, excitação, confusão das idéias até ansiedade extrema. Estes efeitos podem durar de poucas horas até alguns dias. A utilização de doses elevadas podem ocasionar uma significativa hipertensão arterial, taquicardia, calafrios, transpiração excessiva, convulsões e morte (por efeitos sobre o coração e respiração) que caracterizam a intoxicação aguda, também conhecida como overdose.

Com o uso freqüente e contínuo (semanas ou meses) podem ocorrer alterações comportamentais como: agressividade, idéia de perseguição(paranóia), alucinações táteis (sensação de insetos caminhando sobre a pele), visuais e auditivas (ver e ouvir coisas) e delírios (desorientação, confusão, medo e ilusões). Também pode ocorrer emagrecimento e perfuração dos septo nasal quando inalada.

 

QUAIS OS RISCOS DO USO DE COCAÍNA INJETÁVEL?

A administração injetável (parenteral) da cocaína pode trazer problemas em função do solvente utilizado (líquido par dissolver a droga) e das seringas não serem esterilizadas. Também pode acontecer da contaminação ocorrer pelo fato da mesma seringa ser utilizada por mais de uma pessoa. Transmissão de hepatite de endocardite infecciosa, AIDS e menos comumente pneumonia ou infecções localizadas são as doenças mais freqüentes. A falta de higiene no local da administração da droga pode ocasionar o aparecimento de feridas (ulcerações) e desencadear, mais tarde, uma infecção grave em outros locais do organismo.

 

QUAIS OS PROBLEMAS DO USO DA COCAÍNA NA GRAVIDEZ?

O uso continuado de cocaína durante a gravidez pode ser responsável pelo nascimento de bebês pequenos (retardo de crescimento intra-uterino), malformações (microcefalia) e abortos espontâneos. Além disso, após o nascimento, o bebê pode apresentar comprometimento neurológico e ter manifestações comportamentais diferentes (ex.: chorar de forma inconsolável).

 

A COCÁINA PRODUZ DEPENDÊNCIA?

Sim, quando o usuário utiliza a droga por diversos dias ou meses. No início a pessoa pode sentir necessidade do aumento da dose para produção do mesmo efeito (tolerância). Além disto, afasta-se da família, amigos e trabalho e pode passar a vender os seus objetos ou a roubar para manter o consumo da droga. Quando a pessoa pára de usar ou reduz a quantidade utilizada pode sentir depressão (tristeza), irritabilidade, ansiedade, cansaço e insônia (não consegue dormir). Por isso, existe uma forte tendência para a continuação do uso da droga.

 

EXISTE TRATAMENTO PARA O USUÁRIO DE COCAÍNA?

Sim. O usuário não deve sentir-se abandonado por amigos ou familiares. Ele deve ser incentivado a procurar ajuda em centros especializados onde o tratamento de desintoxicação e acompanhamento posterior poderão ser obtidos.

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